Nota: E aí delícias. Queria pedir desculpas por não ter postado o capítulo ontem, tive alguns contra tempos, mas aqui está a continuação da jornada da Sarah pelo mundo de Tomdell. Espero que estejam gostando, e como dito antes, deixem seus comentários, ideias, sugestões, será tudo bem vindo <3 Boa leitura e Play!
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– Isho tou mahileen fasto mihule?
– Pomenga thurlo mihule retomo nudri.
– Omena, mihule tupola huama tradaca, medito plaval!
Três vozes ecoaram pelo quarto, três vozes distintas se dissiparam e houve então um breve momento de silêncio. Pareciam confusos, curiosos, era uma língua diferente e possuíam uma imponência incomum na voz. Dois dos visitantes trocaram mais algumas poucas palavras entre si e depois se retiraram, ficando apenas uma pessoa presente no quarto. Pensei em tentar espiá-la, mas senti que ela estava muito próxima e seria arriscado, então planejei fingir uma alucinação, um truque patético e falho, pois a pessoa sequer saiu do lugar enquanto eu soltava palavras aleatórias e me debatia de leve. Senti meu rosto corar, vergonha e decepção por minha péssima atuação, resolvi esperar e ver o que poderia acontecer.
Passados alguns minutos, a pessoa ainda se mantinha no quarto, minha paciência já havia se esgotado e eu não sabia se deveria confrontar o fato ou permanecer imóvel. Eles poderiam me considerar uma ameaça ou pior. Abri os olhos lentamente e sem querer me afoguei com uma inspirada seca. Me surpreendi quando ouvi a pessoa que estava ali se deslocando rapidamente em minha direção. Me virei com dificuldades enquanto tossia, e espiei, era um garoto. Ele agarrou o jarro e sem demora me apoiou sobre seu braço, e com o outro ele levou o jarro próximo a mim. Eu tossi mais duas vezes e puxei o jarro até os lábios, um, dois, três goles, água pura e limpa, eu estava melhor e satisfeita. Corei novamente ao flagrar que o garoto me observava fixamente, ergui o jarro na altura do meu rosto, bloqueando sua visão sobre meus olhos. Ele cuidadosamente me soltou e pegou o jarro novamente, se levantou e caminhou até o assento onde anteriormente se encontrava o jarro e o descansou lá.
Notei que o garoto também estava sem jeito, ele me olho de canto e caminhou suave até a parede, parando lá e desviando o olhar para a porta. Eu o observei por alguns minutos, não havia entendido nada, não sabia o que estava acontecendo, então me sentei na cama e respirei fundo. Encarei o garoto novamente, ele aparentava ser dois ou três anos mais velho do que eu, possuía um porte delgado e vestimentas simples, botas de couro, uma calça de tecido grosso e vestia uma camisa que ia até sua cintura, sobre ela ele vestia um colete fino de tecido fosco que lhe definia a cintura e o peitoral.
“Como eu vim parar aqui?”, falei para mim mesma. Logo um soco de memórias me acertou em cheio na cabeça, tudo foi triturado e reconstruído em questão de segundos, Marim, o Mestre, o cervo, o fogo, os soldados, a fogueira. Parecia que tudo aquilo havia sido um sonho, ou melhor, um pesadelo, mas apesar de eu imaginar que tudo fora apenas um pesadelo, meu coração me dava a certeza agoniante de que tudo realmente havia acontecido. Sem notar cai aos prantos, as lágrimas escorriam soltas pela minha face e uma fúria fervilhou no meu sangue.
“Não! Não!”, lamentei em voz alta enquanto a cena da morte do Mestre se repetia na minha cabeça. Todos mortos, todas as almas perdidas, Alra havia sido reduzida a cinzas e pedras, toda sua beleza havia sido roubada e não restava mais nada, além de lembranças.
O garoto que estava ali me observando expressou-se estar inquieto e novamente avançou sobre o jarro e o trouxe até mim. Eu peguei o jarro sem encará-lo, ele se afastou, eu bebi mais alguns goles profundos e molhei a mãos com o que resto da água, levei-as até o rosto e tentei me controlar.
– Não acredito. – Lamentei em um suspiro insuportável.
– Eu sei como é difícil perder tudo, mas nós vamos te ajudar. – Disse o rapaz me surpreendendo. Ele havia tomado toda minha atenção, não imaginei que ele falasse a minha língua. Fiquei sem palavras, o encarando com um olhar arregalado. Ele estampou um breve sorriso no rosto e desviou o olhar, eu não sei o que senti naquele momento, mas tudo fora interrompido quando um senhor entrou pela porta.
O garoto estava ereto próximo a parede, sem desviar o olhar que se mantinha retilíneo para a outra parede. O senhor atravessou o quarto com passos breves e cansados até que parou a minha frente, ficou a me observar por alguns segundos e levou a mão sobre minha cabeça, de forma curiosa e com carinho. Ele deu um sorriso largo e trocou duas palavras com o garoto que se mantinha em seu posto.
– Ele perguntou se você está com fome. – Disse ele levando o olhar sobre mim. Eu o observei confusa e voltei a olhar o velho.
– E... Eu acho que sim. – Respondi com a voz trêmula. O velho homem esticou novamente o sorriso, como se deduzisse o que eu havia respondido.
– Trugo huliale mihule ruv poghm. – Disse o velho.
– Amal. – Respondeu o garoto.
O senhor me observou novamente e se pôs em direção a porta. Antes de sair ele encarou o garoto mais uma vez e pôr fim a mim, passou pela porta e a largou entre aberta.
– O que ele disse? – Questionei curiosa.
– Pediu para eu te dar vestes para irmos comer.
– Vestes?
– Sim! Eu volto logo. – Disse ele por fim.
O garoto se retirou e não demorou a voltar, agora trazendo alguns pedaços de tecido e um jarro maior. Ele colocou o jarro próximo ao canto da parede e pôs os tecidos sobre a cama. Eu o observei, enquanto pensava no fato de o calor estar aumentando. Não sabia ao certo o horário, mas se era para irmos comer, imaginei que fosse próximo a meio dia. Não estava acostumada com regiões fora das Montanhas Silenciosas e o Bosque Verde, portanto acho que isto ajudou a me deixar cada vez pior conforme a temperatura subia. Imaginei então que estávamos próximo a um deserto ou uma região mais baixa e distante do bosque.
– Pode se banhar com este jarro e ver se algo disto irá te vestir, vou esperar ali fora. – Disse ele. Notei várias cicatrizes em sua face, mas o que mais destacava eram seus olhos esverdeados com seu cabelo longo e escuro.
Ele se retirou.
Peguei o jarro menor que havia ficado no quarto avancei até a porta, inclinei-o contra o pé da porta, impedindo que ela pudesse ser aberta pelo lado de fora. Me despi rapidamente e usei um dos tecidos os molhando e passando pelo meu corpo e por fim, mergulhei os cabelos dentro da água.
Separei os tecidos deixados pelo rapaz, todos escuros, exceto por uma espécie de casaco curto que possuía um tom esverdeado. Havia uma calça grossa, vesti uma camisa sem mangas fina e uma levemente mais grossa que cobria até os punhos, está com um capuz longo, e por fim o casaco. Torci os cabelo tentando tirar um pouco do excesso de água, soltei-os e logo os cachos se armaram, vermelhos como sangue e pareciam pequenas labaredas de fogo que ao invés de apontarem para os céus, inclinavam-se para o chão. Aquilo não havia sido um banho de verdade, mas mudaram totalmente minha imagem suja e cansada.
Respirei fundo e caminhei até a porta, empurrei o jarro com o pé direito e sai do quarto. Parei logo ao primeiro passo, meus olhos arregalaram e minha boca secou, haviam pelo menos umas quarenta pessoas paradas a poucos metros da porta, me olhando e com expressões ansiosas e curiosas.
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– Pomenga thurlo mihule retomo nudri.
– Omena, mihule tupola huama tradaca, medito plaval!
Três vozes ecoaram pelo quarto, três vozes distintas se dissiparam e houve então um breve momento de silêncio. Pareciam confusos, curiosos, era uma língua diferente e possuíam uma imponência incomum na voz. Dois dos visitantes trocaram mais algumas poucas palavras entre si e depois se retiraram, ficando apenas uma pessoa presente no quarto. Pensei em tentar espiá-la, mas senti que ela estava muito próxima e seria arriscado, então planejei fingir uma alucinação, um truque patético e falho, pois a pessoa sequer saiu do lugar enquanto eu soltava palavras aleatórias e me debatia de leve. Senti meu rosto corar, vergonha e decepção por minha péssima atuação, resolvi esperar e ver o que poderia acontecer.
Passados alguns minutos, a pessoa ainda se mantinha no quarto, minha paciência já havia se esgotado e eu não sabia se deveria confrontar o fato ou permanecer imóvel. Eles poderiam me considerar uma ameaça ou pior. Abri os olhos lentamente e sem querer me afoguei com uma inspirada seca. Me surpreendi quando ouvi a pessoa que estava ali se deslocando rapidamente em minha direção. Me virei com dificuldades enquanto tossia, e espiei, era um garoto. Ele agarrou o jarro e sem demora me apoiou sobre seu braço, e com o outro ele levou o jarro próximo a mim. Eu tossi mais duas vezes e puxei o jarro até os lábios, um, dois, três goles, água pura e limpa, eu estava melhor e satisfeita. Corei novamente ao flagrar que o garoto me observava fixamente, ergui o jarro na altura do meu rosto, bloqueando sua visão sobre meus olhos. Ele cuidadosamente me soltou e pegou o jarro novamente, se levantou e caminhou até o assento onde anteriormente se encontrava o jarro e o descansou lá.
Notei que o garoto também estava sem jeito, ele me olho de canto e caminhou suave até a parede, parando lá e desviando o olhar para a porta. Eu o observei por alguns minutos, não havia entendido nada, não sabia o que estava acontecendo, então me sentei na cama e respirei fundo. Encarei o garoto novamente, ele aparentava ser dois ou três anos mais velho do que eu, possuía um porte delgado e vestimentas simples, botas de couro, uma calça de tecido grosso e vestia uma camisa que ia até sua cintura, sobre ela ele vestia um colete fino de tecido fosco que lhe definia a cintura e o peitoral.
“Como eu vim parar aqui?”, falei para mim mesma. Logo um soco de memórias me acertou em cheio na cabeça, tudo foi triturado e reconstruído em questão de segundos, Marim, o Mestre, o cervo, o fogo, os soldados, a fogueira. Parecia que tudo aquilo havia sido um sonho, ou melhor, um pesadelo, mas apesar de eu imaginar que tudo fora apenas um pesadelo, meu coração me dava a certeza agoniante de que tudo realmente havia acontecido. Sem notar cai aos prantos, as lágrimas escorriam soltas pela minha face e uma fúria fervilhou no meu sangue.
“Não! Não!”, lamentei em voz alta enquanto a cena da morte do Mestre se repetia na minha cabeça. Todos mortos, todas as almas perdidas, Alra havia sido reduzida a cinzas e pedras, toda sua beleza havia sido roubada e não restava mais nada, além de lembranças.
O garoto que estava ali me observando expressou-se estar inquieto e novamente avançou sobre o jarro e o trouxe até mim. Eu peguei o jarro sem encará-lo, ele se afastou, eu bebi mais alguns goles profundos e molhei a mãos com o que resto da água, levei-as até o rosto e tentei me controlar.
– Não acredito. – Lamentei em um suspiro insuportável.
– Eu sei como é difícil perder tudo, mas nós vamos te ajudar. – Disse o rapaz me surpreendendo. Ele havia tomado toda minha atenção, não imaginei que ele falasse a minha língua. Fiquei sem palavras, o encarando com um olhar arregalado. Ele estampou um breve sorriso no rosto e desviou o olhar, eu não sei o que senti naquele momento, mas tudo fora interrompido quando um senhor entrou pela porta.
O garoto estava ereto próximo a parede, sem desviar o olhar que se mantinha retilíneo para a outra parede. O senhor atravessou o quarto com passos breves e cansados até que parou a minha frente, ficou a me observar por alguns segundos e levou a mão sobre minha cabeça, de forma curiosa e com carinho. Ele deu um sorriso largo e trocou duas palavras com o garoto que se mantinha em seu posto.
– Ele perguntou se você está com fome. – Disse ele levando o olhar sobre mim. Eu o observei confusa e voltei a olhar o velho.
– E... Eu acho que sim. – Respondi com a voz trêmula. O velho homem esticou novamente o sorriso, como se deduzisse o que eu havia respondido.
– Trugo huliale mihule ruv poghm. – Disse o velho.
– Amal. – Respondeu o garoto.
O senhor me observou novamente e se pôs em direção a porta. Antes de sair ele encarou o garoto mais uma vez e pôr fim a mim, passou pela porta e a largou entre aberta.
– O que ele disse? – Questionei curiosa.
– Pediu para eu te dar vestes para irmos comer.
– Vestes?
– Sim! Eu volto logo. – Disse ele por fim.
O garoto se retirou e não demorou a voltar, agora trazendo alguns pedaços de tecido e um jarro maior. Ele colocou o jarro próximo ao canto da parede e pôs os tecidos sobre a cama. Eu o observei, enquanto pensava no fato de o calor estar aumentando. Não sabia ao certo o horário, mas se era para irmos comer, imaginei que fosse próximo a meio dia. Não estava acostumada com regiões fora das Montanhas Silenciosas e o Bosque Verde, portanto acho que isto ajudou a me deixar cada vez pior conforme a temperatura subia. Imaginei então que estávamos próximo a um deserto ou uma região mais baixa e distante do bosque.
– Pode se banhar com este jarro e ver se algo disto irá te vestir, vou esperar ali fora. – Disse ele. Notei várias cicatrizes em sua face, mas o que mais destacava eram seus olhos esverdeados com seu cabelo longo e escuro.
Ele se retirou.
Peguei o jarro menor que havia ficado no quarto avancei até a porta, inclinei-o contra o pé da porta, impedindo que ela pudesse ser aberta pelo lado de fora. Me despi rapidamente e usei um dos tecidos os molhando e passando pelo meu corpo e por fim, mergulhei os cabelos dentro da água.
Separei os tecidos deixados pelo rapaz, todos escuros, exceto por uma espécie de casaco curto que possuía um tom esverdeado. Havia uma calça grossa, vesti uma camisa sem mangas fina e uma levemente mais grossa que cobria até os punhos, está com um capuz longo, e por fim o casaco. Torci os cabelo tentando tirar um pouco do excesso de água, soltei-os e logo os cachos se armaram, vermelhos como sangue e pareciam pequenas labaredas de fogo que ao invés de apontarem para os céus, inclinavam-se para o chão. Aquilo não havia sido um banho de verdade, mas mudaram totalmente minha imagem suja e cansada.
Respirei fundo e caminhei até a porta, empurrei o jarro com o pé direito e sai do quarto. Parei logo ao primeiro passo, meus olhos arregalaram e minha boca secou, haviam pelo menos umas quarenta pessoas paradas a poucos metros da porta, me olhando e com expressões ansiosas e curiosas.
Capítulo III < - > Capítulo V
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Comentários
Anônimo ():
Cara... Isso tá ficando muito bom, sério mesmo. O próximo saí dia 20, certo ? Esperando :)
Beijos ♥
wakin-g.blogspot.com
Albuquerque ():
Obrigado pela visita amg <3
xoxoxo
Larissa Fonseca ():
Beijos ♥ Jeito Único
Albuquerque ():
Rs querida, fico super feliz em saber disto, comentários como este me fazem continuar rsrs pq manter uma web série é cansativo. Bom, espero que goste do que está vindo e virá ok? Aguardo suas visitas <3