Nota: Boa noite delícias, após o post de explicação, aqui está o novo capítulo da nossa web série As Cinzas da Fênix. Espero que vocês estejam acompanhando e gostando, recebi alguns comentários legais e sugestões, tudo por email, e tenho trabalhado nas ideias, okay? Se tu ainda não deixou seu comentário, aproveite! Lembrando que dia 30 tem capítulo novo hein! Hoje não deixarei uma música, quero que vocês interpretem o título do capítulo e escolham o que ouvir, vamos experimentar! Boa leitura a todos <3


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Título: As Cinzas da Fênix - Parte I: Morte

Capítulo V


Noite

Embaraçoso, aquele momento foi embaraçoso em todos os sentidos. Por segundos o silêncio permaneceu, até que finalmente o senhor que havia estado no quarto surgiu por entre as pessoas que ali me observavam.

– Uhuro timano mihule, pkor mauo invag shio. – Proferiu o velho.

– Ele disse para não se assustar, nossa casa é sua casa. – Disse o garoto que também surgia em meio as pessoas.

Eu me mantive imóvel, confortada pelas palavras solidárias, mas ainda envergonhada pela multidão que mantinha os olhos em mim.

– Obrigada, eu acho. – Respondi ao rapaz, logo uma criança correu em minha direção e agarrou minha mão, seguida de várias outras que me rodearam rapidamente. As pessoas gritaram e ergueram os braços como que em uma comemoração e não demorou para todos começarem a se dispersar, ficando apenas as crianças e o rapaz próximo a mim.

Pouco depois, o garoto me levou até uma fogueira onde as pessoas haviam montado uma grade com madeiras para assar carnes. Ao redor da fogueira estavam grande parte das pessoas, bebendo, conversando em sua língua esquisita e sorrindo. Do outro lado havia um acento mais vistoso, coberto com tecidos brilhantes e com cores vivas e sentado lá, estava o velho que havia me recebido.

Sentei junto ao rapaz, ao lado de um grupo de crianças, elas continuavam com a mesma empolgação, agora mexiam nos meus cabelos como se fossem coisas de outro mundo.

– Como é seu nome? – Perguntei ao rapaz.

– Taskrog.

– Que nome poderoso. Me diga Taskrog, porque todos estão alvoroçados e quem é aquele senhor que falou comigo?

– Estão felizes por você.

– O que quer dizer?

– Aquele homem é o Cykim, o líder da nossa aldeia. Ele e os anciões sempre espalharam histórias fantásticas sobre um povo poderoso de cabelos vermelhos, que viviam logo após o Kropt Uhnima.

– Kropt Uhnima?

– Sim, é uma região cercada por montanhas, lá existe um rio que escorre para o grande lago. Dizem que as grandes feras flamejantes bebiam daquele rio, e por estarem satisfeitos com o deleite, eles espalharam fertilidade e paz sobre o vale.

– E o que são essas feras flamejantes? – Perguntei curiosa.

– Cykim diz que são como aves poderosas que manipulam o fogo e nunca morrem.

Fiquei a pensar por alguns instantes, tentando relacionar o que Taskrog contava com qualquer outra história que eu já houvesse escutado, mas não me recordei de nada. Suas palavras soavam como uma canção de orgulho. Não entendi ao certo o motivo da euforia por eu estar lá, logo uma vivente de Alra, não havia relação, exceto pela coincidência da cor do cabelo.

– O que houve com esse povo, Taskrog?

– Contam que a alguns anos, um poder maligno desceu do norte, consumindo tudo até o Kropt Uhnima, deixando apenas um deserto, e esse poder era tão maligno que destruiu a todas as feras e seu povo.

“Podermaligno”, pensei comigo mesma.

– Onde fica este Kropt Uhnima?

– A poucas horas de caminhada para o lado onde o sol se esconde. – Respondeu Taskrog.

– Podemos ir lá a qualquer momento?

– Iremos sim, amanhã mesmo! – Ele pareceu empolgado. Notei que a noite iria passar rapidamente e preenchida pela comemoração que se desenrolava. Fiquei curiosa sobre o vale e sobre tudo o que Taskrog havia contado. Eu estava um pouco deslocada, mas quanto mais pudesse descobrir, melhor. Precisava também, aos poucos lembrar exatamente de tudo o que havia acontecido quando Alra foi atacada e quem era o líder daqueles soldados.

O povo de Cykim era um povo feliz, diversas pessoas passaram durante a noite para conversar comigo, contar histórias e oferecer comidas e bebidas, e o garoto que me acompanhara até então, permaneceu firme ao meu lado, traduzindo palavra por palavra e me ajudando a entender tudo o que era dito.

As crianças não descansavam e continuavam agitadas, empurrando umas às outras, correndo e fazendo cantigas em brincadeiras intensas. Cykim não conversou comigo, mas segundo Taskrog e o povo, ele estava feliz em ter me encontrado.

– Eu permaneci desacordada por quanto tempo? – Perguntei ao garoto.

– Duas noites. Nós a encontramos enquanto caçávamos do outro lado do rio.

“O Bosque Verde”

– Obrigada por me ajudarem.

– Não se preocupe. Na verdade os últimos dias tem sido estranhos. – Confessou ele.

– O que quer dizer?

– Alguns dos nossos caçadores dizem terem visto diversos homens avançando pelo lado onde o sol nasce, por entre as montanhas, e duas noites antes de te encontramos vimos um clarão intenso sobre as montanhas da ponta do vale.

“Alra!”

Eles haviam visto o incêndio, mas os soldados não haviam passando por aquele vilarejo, deduzi que ou tivessem se deslocado para o sul, direto ao leste ou passado contornando as montanhas. Seja como for, o povo de Cykim não havia visto ninguém, seria uma perda de tempo insistir no assunto.

A noite seguiu, e momentos antes do sol nascer, todos começaram a voltar para suas casas. Taskrog me acompanhou até o quarto onde eu havia estado, mas não antes de Cykim vir até mim e novamente pôr a mão sobre minha cabeça, agora proferindo algumas curtas palavras. Cheguei ao quarto, e o garoto se afastou. Adentrei e deitei na cama, olhando para cima, com a mente longe, milhões de dúvidas e pensamentos, e com o coração confuso sem saber o que sentir.

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