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Capítulo VI
O Vale


Passara da metade do dia, todos mantinham suas funções e Taskrog ainda me acompanhava. O vilarejo onde eu estava era simples, visivelmente isolado de tudo, com seus próprios costumes e crenças. As crianças eram sadias e dispostas, os poucos guerreiros possuíam um porte delgado e estavam sempre alerta, e a maior parte do povo que não trabalhava com as plantações, eram idosos. Passei boa parte das horas imaginando o que haveria além daquelas terras, eu passei a vida toda em Alra, não conhecia nada além daquela região e vi muito que me surpreendeu até o momento, desde os soldados, o ataque, e aquele povo pacato. Entre algumas conversas com Taskrog, ele me contou sobre seus pais, me explicou algumas crenças de seu povo e falou um pouco mais sobre o povo poderoso que dominava Kropt Uhnima.

Apesar do meu jovem acompanhante ter dito que iríamos até este vale, eu já não aguentava de ansiedade, trocava indiretas, tentando força-lo a partirmos logo, mas era em vão, Taskrog possuía uma alma boa, serena e não entenderia minhas intenções a não ser que eu fosse clara.

– Está pronta para irmos ao Kropt Uhnima? – Questionou ele. Meu coração disparou, uma animação me contagiou.

– É claro!

Antes de partirmos uma das crianças veio até nós, uma pequena menina, ela possuía pequenas manchas levemente avermelhadas na face, a pele queimada do sol e cabelos castanhos, um olhar profundo e verde como a mata.

Taskrog conversou com a criança e decidiu leva-la conosco, ela era a filha de um dos anciões e queria a muito conhecer a região do vale, porém o que despertou o interesse na pequena menina era estar um pouco mais presente comigo. Curiosa, ela mantinha um olhar observador sobre as minhas expressões, gestos e palavras, como se me estudasse atentamente.

Logo partimos, caminhamos por um trecho difícil, nos pés de algumas montanhas e beirando um rio largo e agitado. Passado algumas horas, já podíamos sentir um brisa diferente vinda do oeste, carregando um cheiro doce e refrescante, então nossas vistas aos poucos começaram a se preencher com o verde que se formava mais adiante. A menina pareceu empolgar-se ainda mais, ficou elétrica de repente e Taskrog parecia satisfeito.

Não demorou para alcançarmos a região. O vale era gigantesco, um desvio do rio cortava por dentro de todo o vale, e por todos os lados haviam árvores e pequenas vegetações. Adentramos caminhando com cuidado, acompanhando o rio. As águas passavam poderosas, desviando das pedras que preenchiam a beira e o fundo. Plantas, árvores, tudo colorido mas destacado pelo forte verde que rodeava tudo aquilo.

Chegamos a um ponto mais aberto. Os raios do sol penetravam as camadas das árvores que cobriam a região como um cobertor gigantesco e verde, e refletiam na água, clara o bastante que era possível enxergar o fundo do rio. Avancei para a beira e afundei os pés, levei então as mãos a água e depois ao rosto, me refrescando do calor que havia se estabilizado naquela região.

– Este lugar é lindo! – Exclamei para Taskrog enquanto repetia o mergulho das mãos na água fresca.

– É sim, porém este é apenas um pequeno pedaço que restou. Antes haviam até algumas pessoas que moravam aqui, a muito tempo.

– E o que houve?

– Quando o mal desceu do norte, ele destruiu tudo até a ponta do vale e diversas montanhas se ergueram ao redor. Cykim conta que um dia este vale foi vasto, o bastante para se perder de vista. Mas agora não passa de um pedaço curto de terra.

– Ao menos parte ainda está a salvo.

A dor de Taskrog ao contar a tragédia que assolou aquela região era visível, e por mais que não fossem o seu povo ou de sua época, eu sentia que ele se doía pelo mal que passará por aquela região, um sentimento nobre.

Passamos mais algumas horas ali, trocando umas e outras palavras, nadamos e brincamos com a menina. O tempo passou rápido, o ar daquele lugar era delicioso, e quase não consegui tomar o caminho de volta ainda maravilhada com o vale. Fiquei a imaginar as histórias contadas por Cykim, o fato de pessoas poderosas e aves majestosas terem vivido ali, de forma gloriosa, e agora tudo o que restava, era aquele pequeno pedaço do paraíso.

Fiquei curiosa em subir o vale e ver como era o deserto do outro lado, mas senti que seria abusar da paciência de Taskrog, e talvez isso poderia não fazer bem a ele, e eu não queria arriscar deixa-lo zangado.

Faltava pouco para o sol se por, havíamos partido a pouco tempo, mas logo o vilarejo estaria visível. A menina nos acompanhava ainda animada e apesar de eu entender o motivo, não consegui me animar muito por estar faminta a aquela altura. Quando contornamos o último trecho das montanhas, um cheiro estranhos nos atingiu, um cheiro denso e irritante, cheiro de madeira queimada.

Mais a frente já era possível ver uma nuvem negra cobrindo uma região não muito distante, era o vilarejo que estava em chamas. Nos pusemos a correr, mas antes de nos aproximarmos mais, senti um empurram em minhas costas e quando me dei conta meu corpo estava indo de encontro ao chão. Após o impacto, escorreguei por uma curta distância e atordoada tentei me recuperar. Senti meus pés presos e braços, e a respiração fraca. Ouvi gritos e mais gritos, olhei em volta e flagrei Taskrog sendo atacado por dois homens, eles vestiam mantos negros, era grandes, carregavam um tipo de marretas, machados, espadas e algumas cordas. Taskrog tentou enfrenta-los, mas foi atingido em cheio no peito, flagrei seu corpo capotando e parando ao se chocar com uma pedra. A menina que nos acompanhava começou a gritar, e a atenção dos homens foi tomada por ela.

Senti que algo muito ruim havia acontecido no vilarejo e tentei me levantar, mas havia uma corda grossa presa em torno do meu corpo, não consegui mover os braços. Um desespero me despertou, girei para um lado e para o outro tentando afrouxar a corda com os movimentos, mas foi em vão. Notei que Taskrog se recuperava, uma fita de sangue escorreu de sua cabeça sobre seu olho esquerdo. Ele proferiu algumas palavras e se levantou, partindo para o ataque aos seus agressores.

Eu consegui me soltar, mas antes que eu me levantasse, um impacto acertou meu estômago e fui arremessada para longe. Uma dor aguda me corroeu lá no fundo e junto a ânsia de vomito veio um litro de sangue, expelido em meio a dor e mal estar. Me esforcei para ao menos ficar de joelhos, flagrei um homem a alguns metros, me encarando com um olhar sério, em seu colo, uma marreta em descanso. Ele não atacou, apenas ficou a observar o meu esforço para ficar em pé.

Ouvi mais gritos e quando olhei para o outro lado, vi Taskrog sendo rendido, prensado pelo pescoço contra uma árvore, sendo sufocado. Tentei avançar para ajuda-lo, mas meu passo falhou, e cai de joelho novamente. Os agressores caíram na gargalhada e então ouvi os gritos da menina.

– Acho que está é muito nova, não servirá para nada! – Exclamou um dos homens que saia de trás de algumas árvores carregando a menina sobre os ombros.

– Não interessa, alguém irá compra-la. – Retrucou o estranho que me observava, seu tom era sereno e suas palavras eram firmes.

Eu não conseguia me mexer, vomitei mais um tanto de sangue e minha respiração ficou ofegante. Logo outro grito ecoou, Taskrog tentou revidar contra o homem que o prensava, mas sem pensar duas vezes, o agressor puxou uma lâmina brilhante e longa, colocou a ponta no peito do guerreiro e o atravessou pele a dentro. Taskrog soltou um grito, em seguida um gemido e então foi lançado contra o chão, inconsciente.

Meu coração apertou, o tempo parecia que iria parar, minha boca secou e pude sentir o calor sendo expulso do meu corpo, a dor estava sendo reprimida e eu podia sentir o poder. Aterrorizada com a cena, a menina mordeu o homem que a carregava, ele gritou e jogou a criança contra o chão. Eu enfureci e me levantei, pronta para lutar. Flagrei ele caminhando em direção a criança e erguendo o pé preparado para pisoteá-la, quando me preparei para avançar. Mas antes que eu finalizasse o primeiro passo, senti um choque contra minha cabeça e na hora, tudo apagou.

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