Olá queridas (os)! Aqui vamos nós ao oitavo capítulo da nossa Web Série, e o pau continua comendo rs. Bom, preciso adiantar que a partir daqui a história vai pesar novamente, então apertem os cintos e preparem o coração. Quantos a novidades, fiquem ligados que logo eu informo, tanto em relação ao livro O Extraordinário Mundo de Greta (Skoob - Site) quanto ao O Legado do Feiticeiro (lanç. prev. Setembro). Ultimamente ando meio quebrado, não fisicamente, mas mentalmente, mas logo vou postar um resumão das semanas e conversamos! Espero que gostem e anseiem pelo capítulo IX! Aguardo seus comentários e sugestões, quem quiser, lembre-se, pode entrar em contato por E-mail. <3
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Capítulo VIII
Saque
Dois dias haviam se passado, Taskrog já estava sem febre, o ferimento estava se curando rapidamente, porém ele permanecia inconsciente. Durante esses dias, notei que havia muita desavença entre os homens que tripulavam o navio, passavam a maior parte do tempo trocando berros e palavrões, como se estivessem ansiosos com alguma coisa. A alimentação era rara, uma vez por dia eles desciam com barris pequenos, cheios de legumes e restos cru animais e jogavam ao chão para dentro das jaulas. As pessoas jogavam-se umas sobre as outras, no desespero por um pedaço de alimento. Os mais fracos, sequer conseguiam sair do lugar, os menores eram pisoteados. Vi mais de três pessoas morrerem, e ouvi até mesmo cochichos entre uns e outros sobre comer a carne dos mortos, que acumulavam uma pilha cada vez maior no canto das celas.
O mal cheiro contaminava todo o ambiente, tirava meu sono, me deixava enjoada o tempo todo, minha mente estava mais fraca, eu não havia conseguido comer nada até o momento. A única coisa que nos era dado sem miséria, era água, conseguida com fartura no último saque. A velha mulher mantinha-se ocupada o tempo todo ao lado de Taskrog, eu a ajudava abrindo a boca dele e inclinando sua cabeça, enquanto ela molhava um trampo numa pequena cumbuca de água e torcia sobre a boca do guerreiro.
– Porque você está fazendo isto? – Perguntei em meio a manhã do terceiro dia.
– Isto? – Retrucou.
– Sim. Estamos morrendo, cada vez mais, doentes, todos, mas você não deixa de tentar ajudar. – Eu estava agradecida pela atitude da mulher, mas não compreendia o motivo da gentileza.
– Ele é um dos mais novos aqui, mais forte e mais ferido. Os doentes irão morrer de qualquer maneira, mas ele pode viver.
Eu a encarei e finalmente ela olhou nos meus olhos. Fiquei sem palavras e apenas voltei a prestar a atenção em Taskrog.
Imaginei que estivéssemos próximo ao meio dia, o sol sumira por inteiro da minha vista por entre o vão na parede. Logo uma agitação incomum se formou no convés, passos pesados ecoavam sobre nós, seguidos de gritos de euforia e agressividade. O barco atracou após alguns minutos e pude notar que a maior parte dos homens estavam desembarcando. Fui até o vão donde eu observava o mar e flagrei os homens empunhando suas armas e avançando acima de um pequeno morro e então eles sumiram de vista. Meu corpo estava fraco, mas eu já sentia não ter nada a perder. Comecei a observar todos os cantos, tentando imaginar uma forma de sair daquele lugar. As grades eram firmemente presas ao chão e as paredes, assim como umas nas outras. Talvez se grande parte das pessoas ainda estivessem saudáveis, seria possível tentar derrubar ou quebrar a grade, mas estávamos todos fracos. Olhei em volta, do lado de fora, mas não havia nada que pudesse ser usado. Uma frustração me atormentou e piorava cada vez mais, me senti com as mãos atadas.
Notei que alguém me observada não muito longe daquelas grades, a minha direita, uma mulher também se destacava em pé, seus cabelos escuros e cacheados cobriam parte do rosto, ela estava segurando firme nas barras de ferro. Ela me lançou um olhar de curiosidade, me encarando por alguns segundos. Eu me virei e fui até a outra grade, de frente com ela, mas antes que eu chegasse as barras, ela se afastou de onde estava e sumiu no meio do montante de pessoas que preenchiam sua jaula.
Me recordei de quando ataquei os soldados em Alra, pensei se poderia fazer tudo aquilo novamente, mas parecia algo impossível. Tentei me acalmar, caminhei até um canto e fiquei me lembrando e tentando encontrar o que havia causado aquilo, procurava respostas de se aquilo poderia se repetir, seja lá o que tivesse sido.
Algumas horas se passaram e já podíamos ouvir os gritos dos homens retornando ao navio, ainda mais eufóricos. Fitei-os pelo vão da parede, eles estavam cobertos de sangue, carregavam barris e sacos grandes e cheios, algumas poucas pessoas eram arrastadas, acorrentadas pelo pescoço umas nas outras. Eles subiram a bordo as pressas e então partimos de volta ao mar. Dois homens desceram armados e arrastando os prisioneiros. Abriram a jaula onde eu estava e a do lado e empurraram todos para dentro, uns tropeçando nos outros, caindo e em meio a gritos. Eu estava paralisada, presenciando aquela cena deplorável.
Antes de fechar a grade, um dos homens me olhou, os dois estavam feliz, e o que me encarava esticou o dedo em minha direção, levou-o até os lábios em um gesto grotesco e começou a rir de forma descontrolada e insana, acompanhado pelo seu parceiro. Ambos deram as costas e se retiraram. Avancei de forma instintiva sobre os novos prisioneiros e tentei ampara-los. Inicialmente estavam completamente assustados e desesperados, mas com o passar das horas, eles foram se acalmando. Os homens, a maioria feridos, estavam ainda furiosos, mas não em condições de fazer qualquer coisa. As mulheres se aglomeraram entre si e não paravam de chorar. Tentei conversar com eles, mas sua língua era diferente, desconhecida para mim e aparentemente para os demais que ali estavam.
Os cochichos duraram até o cair da noite e foram abafados por uma agitação, que se iniciou ao crepúsculo, na parte superior do barco. Os homens gritavam, ferozes e animados, ouvi o barulho de diversos barris rolando para lá e para cá sobre nossas cabeças. Algumas das mulheres que estavam ali a mais tempo começaram a lamentar, expressando terror e desgosto em suas faces, algumas caíram em lágrimas e outras se encolhiam nos cantos e então fomos surpreendidos quando diversos homens desceram até onde estávamos e vieram até as portas das jaulas.
Antes que eu pudesse dizer ou pensar qualquer coisa, eles adentraram as jaulas e um a um foram arrancando a força as mulheres, pisoteavam os velhos e os feridos. Eles fediam a vinho, e estavam visivelmente embriagados, mas isto não os deixava fraco, mas sim mais violentos e obstinados. Algumas mulheres eram arrastadas pelos cabelos, outras que caiam, eram chutadas e arrastadas pelos braços e pernas. Os gritos agoniantes se espalharam pelo barco e morriam em alto mar. Dois homens se aproximaram de mim, tentei empurra-los, mas um deles me acertou um tapa pesado contra a face. Diante de toda aquela cena, fui consumida por um sentimento claustrofóbico. Quando um dos bárbaros me puxou pelo braço, me lancei contra ele e senti meus dedos e unhas afundando sobre sua face, rasgando sua pele e afundando em seus olhos, então uma dor aguda partir da minha costela, meu corpo enfraqueceu e caiu. A dor se espalhou, seguida de diversos outros ponta pés e pisadas que desciam sobre mim. Eles não demoraram para cansar de bater, e rapidamente me puxaram pelas pernas e me arrastaram para fora da jaula e escada a cima.
Eu sentia minha cabeça latejando, e um gosto amargo de sangue na boca, minha respiração estava ofegante e quando me dei conta, eu estava rendida por um dos homens, que me segurava em pé com o braço envolto ao meu pescoço. Tentei reagir, mas acabei ficando ainda mais sufocada. Ao meu lado notei que estavam as mulheres que foram arrancadas das jaulas, uma ao lado da outra. Algumas chorando e cabisbaixas, outras na mesma situação que eu me encontrava ou pior, e do outro lado flagrei a mulher que havia me encarado firme em outrora nas jaulas.
Não haviam muitos pensamento na minha mente além do medo, da incerteza. Estávamos em uma sala iluminada por diversas velas, um cheiro de cravo pairava no ar. A nossa frente havia uma janela grande e vistosa, uma mesa no centro do ambiente e diversos papeis espalhados para todos os lados. Vi cabeças de animais e espadas presas nas paredes. Fora os homens que nos mantinham reféns, haviam mais três diante de nós e notei também algumas vozes vindas de trás. As conversas cessaram de imediato quando a porta rangeu ao se abrir. Dois homens passaram por nós, um deles possuía o rosto familiar, era o mesmo que parecia comandar o ataque ao vilarejo de Cykim, o homem da marreta. Ao seu lado, um acompanhante um pouco mais baixo, mas de porte delgado e vestimentas mais refinadas.
– Escolha e deleite-se! – Falou o homem da marreta para seu companheiro. O homem menor não demorou para avançar sobre as mulheres, com um sorriso largo no rosto, sua expressão era diabólica e seu olhar insano. Enquanto ele as encarava, suas mãos as tocavam, ele puxava os cabelos, apertava os seios e distribuía tapas na cara, seu ato depravado era seguido de gritos e palavras encaloradas pelos outros homens. Ele logo parou a frente de uma delas, não muito alta, possuía cabelos loiros e a pele clara, o corpo era avantajado. Sem hesitar, ele a puxou pelos cabelos e arrastou para fora da sala, distribuindo gargalhadas. As mulheres se agitaram, mas foram silenciadas pelos seus malfeitores.
O homem em posse da marreta deu um passo a frente, mantendo uma expressão séria. Desta vez a excitação dos seus companheiros foi reprimida pela sua autoridade. Ele caminhou de ponta a ponta diante da fila de mulheres, olhando uma a uma, duas ou três vezes repetindo o trajeto, até que parou na outra ponta, diante da mulher de cabelos escuros e cacheados, e a puxou pelo cabelo. Ela foi alavancada para a frente com o súbito puxão e soltou um gemido fino, ele a cheirou e levando a outra mão as suas costas, a empurrou sobre a mesa, com brutalidade o bastante para ela se chocar contra a madeira e cair ao chão. Ele caminhou novamente para outro lado, até que chegou a minha frente. Senti sua respiração acelerar, ele aproximou a face e puxou o ar profundamente. Com a mão direita afastou os cabelos que cobriam meu rosto, os agarrou com força e puxou inclinando minha cabeça. Um sorriso maléfico surgiu em seus lábios e sua mão logo apertou sobre minha nuca. O homem que me rendia se afastou e os que estavam em volta começaram a se agitar e gritar novamente, avançaram brutalmente contra as outras mulheres e as arrastaram a força para fora da sala.
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Comentários
Anônimo ():
capitulo para entender melhor a historia.Cara você escreve
muito bem mesmo,eu estou gostando muito dessa web série.
Será que vai rolar um romance entre a Sarah e o Taskrog?
A historia e muito diferente,por isso que eu estou gostando tanto.
Estou seguindo aqui :D para acompanhar seu blog.Aguardando pelo próximo capitulo♥
Albuquerque ():
Obrigado pela visita querida!
xoxoxo