Ah! E não deixem de comentar o desenho da semana, aí na coluna a direita =]] rs o/
Capítulo IX
Nojo
Estávamos apenas nós três na sala. O agressor havia me empurrado sobre a outra mulher, e enquanto se dirigiu até a porta para trancá-la, eu tentei ajudá-la a se recompor.
– Seja forte! – Exclamei. A observei por um segundo, ela não parecia assustada, pelo contrário, em seu olhar eu vi apenas raiva, uma mexa escuro do seu cabelo escorregou sobre um lado de sua face e notei algumas cicatrizes finas que cortavam um pequeno montante de pintas escuras.
Sem dizer uma palavra, ela me empurrou para o lado. Pegou um objeto que estava sobre a mesa e correu para cima do homem, o atacando. Ele não se abateu facilmente, com um giro ele ficou de costas para uma das paredes e se jogou com força, ela sem aguentar o impacto, se soltou e caiu. Levantei rapidamente e repetindo a ação dela, tentei golpeá-lo, mas sem surpreendê-lo, ele revidou, me acertou um soco no estômago, deu um passo pra trás e me empurrou com a sola da bota. Rolei alguns metros e parei ao lado da mulher. Ela se recuperava, furiosa e rangendo os dentes. Ele se aproximava deixando no ar gargalhadas intensas, tentei ajudar a mulher a se levantar mas antes que conseguíssemos ele nos alcançou, me puxou pelo cabelo e me jogou para trás. Ela tentou reagir, mas ele a esmurrou algumas vezes até ela perder as forças.
Eu estava muito fraca, com o corpo cansado e não conseguia tomar qualquer atitude. O homem se aproximou e me puxou pela perna até próximo a mesa. Meu coração apertou, de dor, ódio, desespero, e todos os sentimentos impuros, ruins e cruéis que se pode imaginar. Ele levou o braço em volta do meu pescoço, o outro sob minhas pernas e me ergueu, jogando meu corpo sobre a mesa. Tentei gritar, me debater e reagir, mas ele me golpeava cada vez mais forte, eu estava perdendo a sanidade, o fôlego, a força. Eu tinha ânsia a cada vez que sua mão deslizava sobre mim, com poucas puxadas brutas, ele marcou meu corpo e despedaçou minha roupa, ainda rindo. A mulher gritava e cuspia sangue do outro lado da sala, tremia ao flagrar a cena e usava o pouco de forças que restava para se erguer, mas era incapaz.
Ele travou minhas pernas com as mãos e deitou o corpo sobre o meu, lambendo meu pescoço e meu queixo. Senti tudo o que havia de bom em minha mente escorrendo por entre meus dedos, senti o desespero e a fúria da mulher que agonizava a alguns metros de nós e então ele tentou penetrar meu corpo. Algo me fez querer desistir, me entregar ao destino e me amaldiçoar por toda a eternidade. Ouvi os gritos das mulheres do lado de fora da sala, gritos de almas perdidas, de almas inocentes, gritos de pessoas condenadas. Por um momento, eu pensei em desistir, mas de relance eu vi as lágrimas de sangue escorrendo dos olhos daquela guerreira com cabelos cacheados, desamparada no palco daquela cena deplorável, que tentou lutar pela vida e ainda tentava reagir. Eu encarei o homem e ele me encarou de volta, por um breve momento tudo se apagou, um nojo insaciável impregnou meus pensamentos e meu coração inflamou e ardeu em chamas, junto a todo meu corpo.
Capítulo X
Vermelho e Amarelo
Um grito se sobre pôs a todas as vozes agoniadas que ecoavam do barco para a vastidão daquele mar. Um grito incomum, com um medo incomum, com um terror desenhado nas notas que compunham aquela sinfonia de desespero. Um grito agudo e descrente, maquiado pela voz de um homem sem coração. O grito de um homem que queimava vivo.
Vermelho e amarelo, preencheram minha visão. O homem se afastou de imediato, sem rumo a não ser a morte. Seu corpo estava em chamas, fortes e intensas. Eu parei diante da mesa, o observando, ele caiu no chão, tentando rolar para um lado e para o outro, mas aquele fogo nunca se apagaria, não enquanto ele queimasse também dentro de mim. Flagrei a mulher do outro lado, desmaiada. Um breve silêncio se fez do lado de fora.
Senti as cinzas do corpo do homem começando a se espalhar pela sala, nada mais daquilo continuaria. Uma parte do meu subconsciente assumiu o meu corpo e me senti chocar contra a porta e decolando no céu. Um rastro de fogo se fez sobre o meu trajeto. De longe, todos os homens me observavam, confusos, amedrontados e agora mais apavorados do que as próprias mulheres desamparadas. Um sentimento de clareza pulsou no meu interior, então desci em queda livro sobre o navio. Agarrei todos os homens ao meu alcance em um primeiro ataque, seus copos incendiavam ao meu toque. As mulheres permaneceram ali, paradas e em choque. Um a um, eu cacei e destruí aqueles homens impuros e quando todos já se misturavam as cinzas, uma calmaria levemente se assentou no meu coração.
Disparei para o céu, flagrei o reflexo da ave flamejante na água escura e aos poucos ela foi sumindo. As chamas se apagaram por completo quando meus pés tocaram o piso do barco. As mulheres me observavam ainda sem saber o que havia acontecido ou o que fariam. Dei um, dois passos e cai de joelhos, exausta, fraca, fora de mim, algumas mulheres avançaram me ajudar, encarei todos aqueles olhares, mas meu único pensamento era aquela guerreira de cachos escuros, de alma corajosa e pintas na face.
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Arte por Drake1024 - Deviantart |
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Capítulo IX
Nojo
Estávamos apenas nós três na sala. O agressor havia me empurrado sobre a outra mulher, e enquanto se dirigiu até a porta para trancá-la, eu tentei ajudá-la a se recompor.
– Seja forte! – Exclamei. A observei por um segundo, ela não parecia assustada, pelo contrário, em seu olhar eu vi apenas raiva, uma mexa escuro do seu cabelo escorregou sobre um lado de sua face e notei algumas cicatrizes finas que cortavam um pequeno montante de pintas escuras.
Sem dizer uma palavra, ela me empurrou para o lado. Pegou um objeto que estava sobre a mesa e correu para cima do homem, o atacando. Ele não se abateu facilmente, com um giro ele ficou de costas para uma das paredes e se jogou com força, ela sem aguentar o impacto, se soltou e caiu. Levantei rapidamente e repetindo a ação dela, tentei golpeá-lo, mas sem surpreendê-lo, ele revidou, me acertou um soco no estômago, deu um passo pra trás e me empurrou com a sola da bota. Rolei alguns metros e parei ao lado da mulher. Ela se recuperava, furiosa e rangendo os dentes. Ele se aproximava deixando no ar gargalhadas intensas, tentei ajudar a mulher a se levantar mas antes que conseguíssemos ele nos alcançou, me puxou pelo cabelo e me jogou para trás. Ela tentou reagir, mas ele a esmurrou algumas vezes até ela perder as forças.
Eu estava muito fraca, com o corpo cansado e não conseguia tomar qualquer atitude. O homem se aproximou e me puxou pela perna até próximo a mesa. Meu coração apertou, de dor, ódio, desespero, e todos os sentimentos impuros, ruins e cruéis que se pode imaginar. Ele levou o braço em volta do meu pescoço, o outro sob minhas pernas e me ergueu, jogando meu corpo sobre a mesa. Tentei gritar, me debater e reagir, mas ele me golpeava cada vez mais forte, eu estava perdendo a sanidade, o fôlego, a força. Eu tinha ânsia a cada vez que sua mão deslizava sobre mim, com poucas puxadas brutas, ele marcou meu corpo e despedaçou minha roupa, ainda rindo. A mulher gritava e cuspia sangue do outro lado da sala, tremia ao flagrar a cena e usava o pouco de forças que restava para se erguer, mas era incapaz.
Ele travou minhas pernas com as mãos e deitou o corpo sobre o meu, lambendo meu pescoço e meu queixo. Senti tudo o que havia de bom em minha mente escorrendo por entre meus dedos, senti o desespero e a fúria da mulher que agonizava a alguns metros de nós e então ele tentou penetrar meu corpo. Algo me fez querer desistir, me entregar ao destino e me amaldiçoar por toda a eternidade. Ouvi os gritos das mulheres do lado de fora da sala, gritos de almas perdidas, de almas inocentes, gritos de pessoas condenadas. Por um momento, eu pensei em desistir, mas de relance eu vi as lágrimas de sangue escorrendo dos olhos daquela guerreira com cabelos cacheados, desamparada no palco daquela cena deplorável, que tentou lutar pela vida e ainda tentava reagir. Eu encarei o homem e ele me encarou de volta, por um breve momento tudo se apagou, um nojo insaciável impregnou meus pensamentos e meu coração inflamou e ardeu em chamas, junto a todo meu corpo.
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Capítulo X
Vermelho e Amarelo
Um grito se sobre pôs a todas as vozes agoniadas que ecoavam do barco para a vastidão daquele mar. Um grito incomum, com um medo incomum, com um terror desenhado nas notas que compunham aquela sinfonia de desespero. Um grito agudo e descrente, maquiado pela voz de um homem sem coração. O grito de um homem que queimava vivo.
Vermelho e amarelo, preencheram minha visão. O homem se afastou de imediato, sem rumo a não ser a morte. Seu corpo estava em chamas, fortes e intensas. Eu parei diante da mesa, o observando, ele caiu no chão, tentando rolar para um lado e para o outro, mas aquele fogo nunca se apagaria, não enquanto ele queimasse também dentro de mim. Flagrei a mulher do outro lado, desmaiada. Um breve silêncio se fez do lado de fora.
Senti as cinzas do corpo do homem começando a se espalhar pela sala, nada mais daquilo continuaria. Uma parte do meu subconsciente assumiu o meu corpo e me senti chocar contra a porta e decolando no céu. Um rastro de fogo se fez sobre o meu trajeto. De longe, todos os homens me observavam, confusos, amedrontados e agora mais apavorados do que as próprias mulheres desamparadas. Um sentimento de clareza pulsou no meu interior, então desci em queda livro sobre o navio. Agarrei todos os homens ao meu alcance em um primeiro ataque, seus copos incendiavam ao meu toque. As mulheres permaneceram ali, paradas e em choque. Um a um, eu cacei e destruí aqueles homens impuros e quando todos já se misturavam as cinzas, uma calmaria levemente se assentou no meu coração.
Disparei para o céu, flagrei o reflexo da ave flamejante na água escura e aos poucos ela foi sumindo. As chamas se apagaram por completo quando meus pés tocaram o piso do barco. As mulheres me observavam ainda sem saber o que havia acontecido ou o que fariam. Dei um, dois passos e cai de joelhos, exausta, fraca, fora de mim, algumas mulheres avançaram me ajudar, encarei todos aqueles olhares, mas meu único pensamento era aquela guerreira de cachos escuros, de alma corajosa e pintas na face.
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Texto registrado e protegido por leis vigentes no Código Penal Brasileiro: http://umgoledeutopia.blogspot.com.br/p/direitos-autorais.html
Comentários
Laura Ribeiro ():
Beijos || Unlocked Land ❤
thalita. ():
Sou nova por aqui e assim como a Laura, pretendo acompanhar desde o começo e espero fazer isso até o próximo capítulo para poder comentar melhor hehe ^-^
Beijão, Oh Naive ♡
Larissa Fonseca ():
Beijos ♥ Jeito Único
Anônimo ():
Winter Winds
Albuquerque ():
Até mais querida.
xoxoxo
Albuquerque ():
Aguardo sua próxima visita!
xoxoxo
Albuquerque ():
Obrigado pela visita <3
xoxoxo
Albuquerque ():
Até a próxima querida :)
xoxoxo
Anônimo ():
Waking ♡
Albuquerque ():
<3