Quando o Sol Dorme. Será um romance, estou adaptando a história, creio que farei com um ar Cyberpunk, para dar um drama maior na história. Quanto As Cinzas da Fênix, vocês já sabem, tive que parar a web série pois estou a adaptando em formato livro, trabalhando mais sobre os personagens e a trama, então não fiquem tristes, ela voltará ainda melhor. Agradeço a todos que acompanharam a Sarah e sua trajetória em Tomdell e espero que gostem de acompanhar o Christopher neste nova série. Qualquer dúvida, sugestão, etc, podem comentar ou enviar por e-mail, okay? Isso aí, boa leitura e aproveitem!

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Quando o Sol Dorme

Capítulo I
Asas Queimadas

            Já perdi a conta de quantas vezes desejei a morte e quantas delas eu cheguei bem perto. Eu chegava a passar horas arquitetando meus últimos momentos e lamentando por nunca escolher um final perfeito.
            Nem sempre fui assim, tão negativo, com ar depressivo. Mas isso mudou quando comecei a reparar nos detalhes da vida, quando a causa tornou-se minha vida e por algum motivo me esqueci das belezas, do amor, conseguia apenas me focar no lado ruim, no lado cruel. Isso me fez perder a fé, me fez sangrar, me fez chorar. Aprendi a odiar, mas também a compreender e observar. Eu sentia que algo estava acontecendo, que alguma coisa estava sendo adicionada à minha vida. Às vezes podia sentir que eu não estava sozinho e que havia alguém junto comigo o tempo todo.
            Depois de um tempo, pensei que aquilo tudo ­era besteira, que eu estava me tornando alguém que nem mesmo eu conhecia, mas por algum motivo, sentir tudo aquilo me fazia bem. É estranho dizer, mas era como se eu tivesse encontrado o meu equilíbrio. Eu passei a viver nos extremos, as vezes totalmente deslocado da realidade que me cercava, o que era de certa forma, prazeroso, fugir de todo aquele vermelho sangue.
            Sempre soube o momento certo para tudo, mas aqueles momentos já estavam entrando em colapso e tudo estava virando um nó. As consequências já não pesavam tanto e minhas decisões simplesmente deixaram de existir. Acho que a realidade é que meus demônios estavam chorando e meus anjos em queda livre com suas asas queimadas.
            O que vou lhes contar pode parecer besteira ou então aquelas historinhas ensaiadas, mas acreditem o desenrolar desta história pode ser muito mais extenso, pesado e chocante do que parece. As noites sem sono, as motivações e momentos de depressão, tudo tem motivo e causa plausível, não me importo se vocês irão me julgar como o cara mal ou como o mocinho. Aqui colocarei todos os fatos como realmente aconteceram. Muitos irão me odiar, mas não quero que o foco disto seja meu julgamento, mas sim, o fato de que tudo pode mudar, até mesmo pessoas ruins podem encontrar sua redenção e dar o que sobrou de sua vida por algo bom e que realmente vale a pena.

***

            - Está com medo de que agora?
            - Não estou com medo, estou apenas esperando a hora certa.
            - Tic, Tac, Tic, Tac... Seu tempo está acabando... Não resista!
             A felicidade deste verme não vai durar muito, eu preciso que chegue só um pouco mais perto.

***

“… Você acha que precisa morrer,
mas na verdade precisa ser salvo.”

            Eu estava precisando de um pouco de álcool para me acalmar, já eram quase duas da madrugada, quando vi que o restante da noite se tornaria um inferno. Logo que cheguei a porta do bar, uma linda mulher passou apressada; cabelos cacheados, castanhos e compridos, pele clara, o bastante para lembrar-me a neve, e lindos olhos pretos. Ela estava com um vestido preto longo, brilhantes na cintura, pulseiras douradas e um colar extremamente chamativo. Seus cabelos voavam enquanto corria, o seu cheiro doce tomava conta de cada metro que ela passava. Assim que saí, com os olhos seguindo a mulher, foi atingido por um homem que esbarrou em mim enquanto eu estava distraído.
            – Saia da frente, idiota! – Exclamou ele após me empurrar. Seguido dele, passaram mais cinco. Pareciam estar atrás da bela mulher. Seis homens de terno fino, cabelos uniformes e expressões robustas. Eu podia sentir de longe suas intenções ruins e supor inúmeras hipóteses para aquele momento. E um detalhe que eu não poderia deixar passar: Estavam todos armados, pareciam zumbis correndo atrás de um pedaço qualquer de carne. Parei para pensar em quanta confusão eu já estava metido, mas a curiosidade sempre foi o meu ponto fraco.
            Eu estava para acender um cigarro, meu único pensamento era chegar e sentar no banco do ponto de ônibus que havia próximo ao bar. Eu estava discreto, com um sobretudo preto, uma garrafa de uísque na mão esquerda e um tanto quanto distraído, o lugar era bem em frente a um pequeno mercado, o Mercado do Sam. Samuel era um cara legal, mas estava envolvido com problemas muito sérios e ilegais. Tive que ajudá-lo no passado em troca de um maldito favor que eu lhe devia, Sam se envolveu com pessoas do IRA ao vender armas e drogas contrabandeadas e acabou perdendo-se no que estava fazendo, ou melhor, ele estava era fazendo merda, junto com seus amigos idiotas. Levou a sorte que na época eu tinha influência o bastante para poder ajudá-lo, mas acho que Sam nunca soube exatamente como eu conseguira tanta influência, nem sequer de onde eu era ou o que fiz. Aquele verme não sabia nada, apenas a hipótese de que podia confiar em mim.
            Contudo, talvez seus problemas não tenham sido tão críticos quanto os que viriam à tona em questão de minutos.
             Não é problema seu, não é problema seu... dane-se!

Foi tudo o que me passou pela cabeça. Levei cinco segundos, até sacar minhas armas, jogar o cigarro e a garrafa fora e ir atrás daquela mulher e dos seis cachorros sem coleiras. Os vi dobrando a esquina e adentrando uma velha casa abandonada e ainda inacabada, não havia ninguém na rua naquele momento, exceto uma densa neblina e minha sombra. Apressei-me para não perdê-los de vista.
            Ao chegar em frente à casa, fui surpreendido já na porta, onde dois dos homens estavam aparentemente à minha espera e armados até os dentes. Ao me repararem, trataram de sacar suas armas e seguir em minha direção, mas consegui ser rápido o bastante para me esquivar das miras das armas, e com um giro do lado de fora da porta, um tanto quanto cambaleando em direção a janela, engatilhei minhas duas lindas amantes - Scarlett e Mary Jane, duas .50AE modificadas e com seus nomes gravados nas laterais, tudo o que me sobrara dos tempos no exército, - e com a mira na cabeça de um dos homens consegui um disparo certeiro. O segundo homem correu para se esconder atrás da parede que dava acesso ao outro cômodo, mas não foi o bastante para fugir da Mary Jane. Foi no peito que os dois disparos seguintes o acertaram após atravessar a fina parede inacabada.
            O som intenso dos disparos ecoou pela rua sombria e solitária, então percebi alguns passos apressados descendo as escadas, pude ouvir o grito desesperado da mulher vindo do segundo andar da casa. Fui furtivamente de encontro aos passos. Quando cheguei à escada, me deparei com mais dois homens que de imediato começaram a atirar em minha direção. Rolei para o outro cômodo e esperei a chuva de tiros acabar. Havia um extintor na ponta da escada, mirei e esperei, os homens desceram atirando até perto do extintor e um deles recarregou a arma enquanto o outro ia vagarosamente em direção ao cômodo onde eu estava. Quando percebi o momento certo, atirei em direção ao extintor, a nuvem de fumaça tomou conta do cenário cegando-os. Consegui derrubar um deles de imediato, quando o segundo atirou, a bala passou de raspão em meu braço enquanto eu girava tentando chegar ao canto da porta, porém o idiota adiantou-se, e ao se aproximar um pouco mais, consegui surpreendê-lo, disparei três vezes seguidas e o corpo tombou.
            Subindo as escadas percebi que tudo ficou em silêncio e foquei a atenção nos homens e na mulher. Ao chegar ao quarto, o corpo do homem estava no chão perto da janela e sob uma poça de sangue, a mulher estava sentada, abraçando os joelhos no canto escuro e com as mãos ensanguentadas segurando um pedaço de vidro.
           
Vamos! Vamos sair daqui! –Eu disse indo em direção à mulher.
           
Precisamos chegar na... Ia dizendo ela quando um tiro entrou pela janela e a acertou no ombro. Olhei rapidamente pela janela e no prédio do outro lado da rua havia um homem regulando a mira, então notei que o laser estava próximo ao meu peito. Me abaixei de imediato, puxei a mulher e a deitei fora da vista do atirador. Ouvi o barulho de outros homens na rua e notei que a mulher já estava desmaiada. Tive pouco tempo para guardar minhas armas e gentilmente pegar a bela moça em meus braços. Lentamente me afastei em direção ao corredor, até o outro quarto, e pulei a janela, rolei sobre o telhado da varanda que dava para o jardim, e com a mulher ainda protegida em meus braços, corri entre os jardins vizinhos evitando deixar rastros. Tudo aconteceu de uma forma muito rápida, fui de beco em beco entre as sombras, e em questão de minutos já estava no outro lado da cidade.

-> Capítulo II

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